terça-feira, 24 de novembro de 2015

Obras Públicas e os cuidados com a cidade: O amparo da Rua São José.

“A cidade contemporânea escapa às definições tradicionais, mas queremos atá-la ao pedestal de um patrimônio. Na realidade, o exercício que experimentamos é um tanto vão, o passado se esquiva àquilo que lhe pede o presente.”[1]
(Jacques Le Goff- Por amor às cidades –fl.143)


Atual Rua do Rosário
Acervo Fontana 


Ouro Preto é uma cidade que como todas as outras, precisa da manutenção em seus equipamentos urbanos, devido seu desgaste ao longo do tempo. Devido as suas características específicas, este tratamento deve passar por critérios e cuidados concernentes as suas características. Seu processo de construção e reconstrução ao longo de mais de três séculos faz com que exista uma série de complicadores. Para que estes trabalhos sejam realizados de maneira mais segura, respeitando as técnicas de restauro, é necessário se ater a antigas técnicas e aos materiais usados na construção.

Nos últimos dias a cidade vem passando por obras de estabilização e recomposição do calçamento na Rua do Rosário, antiga São José, devido à desestabilização e abatimento do piso. Nesta postagem apresentamos alguns documentos referentes à obra de construção deste muro de amparo e do calçamento.

O arquivo possui um rico dossiê dos trabalhos contratados e realizados no ano de 1892-1894, ele é composto de tabelas de medição, relatórios, pareceres e requerimentos sobre a obra, seus problemas, complexidades, tipos de material e mão de obra empregada.

O ofício de 24 de dezembro de 1892, do engenho Modesto Bello, enviado ao Presidente e agente Executivo da CMOP, Diogo Luiz de Almeida Pereira de Vasconcelos, são relatados problemas estruturais no paredão de amparo da referida rua, que estariam trazendo riscos aos terrenos vizinhos:
O Paredão existente, pela fenda que manifestou-se na rua entre as casas do Coronel Francfort e Capitão Olympio Ferrer, cedeu mais em parte onde o terreno, fortemente escarpado, não tem amparo algum até os fundos das casa da rua da Glória...”[2]



No Relatório dos Engenheiros Modesto de Faria Belo e Joaquim Machado de Mello, contratados pelo Presidente e Agente Executiva da CMOP Randolpho Bretas e pelo empreiteiro Capitão Antônio Bento de Souza são apresentados: o projeto e os trabalhos de fiscalização da execução correta da obra para a aprovação das contas e autorização do pagamento. Os engenheiros informam a complexidade do trabalho executado, devido a fragilidade do terreno. São feitas considerações importantes sobre a técnica a ser empregada para melhor segurança, como altura da sapata, alicerces e paredes.
“Quanto a altura da parede na diversas seções acima da sapata, quando deixei a direção das obras, regulava de 4,60m à 5,00m, parecendo já regula com o nível da rua; mas como tinha que ser feito depois o respaldo geral e harmonia com o passeio do lado oposto...”[3]


“Quanto a solidez da obra cumpre-me ponderar o seguinte: No lançamento dos alicerces, na parte por mim fiscalizada houve todo o cuidado em chegar a caixa até onde o terreno apresenta o moledo(sic) com terras resistência...”[4]



Os quadros de medição da obra apresentam como se deu a condução dos trabalhos item por item: bases dos alicerces, escavações, escoramentos, corpo da parede e pilares.


No dia 8 de dezembro de 1893 aComissão de Obras Públicas enviou um parecer sobre os trabalhos, assinado pelo Vereador da Câmara e engenheiro Bruno Von Sperling. No documento o vereador faz o detalhamento dos serviços executados com as medições dando parecer favorável sobre a boa execução dos trabalhos.
“O aterro e o calçamento a paralelepípedo tem as dimensões exigidas no orçamento, bem assim como o capeamento das cortinas. As obras foram executadas com segurança”[5].

Até o início da década de 30 do século XX, a responsabilidade pela contratação, execução e fiscalização das obras públicas era feita pela Câmara Municipal através do Agente Executivo, que no caso de Ouro Preto, também exercia o cargo de Presidente da Câmara. Nos documentos apresentados é possível identificar as ações para o controle da execução destes serviços, cabendo salientar que havia uma preocupação da CMOP em escolher como membros de suas comissões vereadores com conhecimento técnico das grandes áreas de sua responsabilidade. No caso da Comissão de Obras Públicas, tentava-se a medida do possível ter na comissão um  vereador com curso de engenharia.
 


[1] LE GOFF,Jacques, 1924 – Por Amor às cidades: conversações com Jean Lebrun; tradução Reginaldo Carmello Corrêa de Moraes. – São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1998. –(Prisma)
[2] Ofício do Engenheiro Modesto  Bello  enviado ao Presidente da CMOP Diogo de Vasconcelos. Dossiê obras da Rua São José-24/12/1892.
[3]Relatório do Engenheiro Modesto de Faria Belo fl.4 . Dossiê obras Públicas.
[4]Relatório do Engenheiro Modesto de Faria Belo fl.7 . Dossiê obras Públicas.
[5] Parecer da Comissão de Obras Públicas da CMOP.

Postagem e Revisão: Helenice Oliveira (Graduanda do curso de História) e Polyana Oliveira


Obras Públicas e os cuidados com a cidade: O amparo da Rua São José.

“A cidade contemporânea escapa às definições tradicionais, mas queremos atá-la ao pedestal de um patrimônio. Na realidade, o exercício que experimentamos é um tanto vão, o passado se esquiva àquilo que lhe pede o presente.”[1]
(Jacques Le Goff- Por amor às cidades –fl.143)


Atual Rua do Rosário
Acervo Fontana 


Ouro Preto é uma cidade que como todas as outras, precisa da manutenção em seus equipamentos urbanos, devido seu desgaste ao longo do tempo. Devido as suas características específicas, este tratamento deve passar por critérios e cuidados concernentes as suas características. Seu processo de construção e reconstrução ao longo de mais de três séculos faz com que exista uma série de complicadores. Para que estes trabalhos sejam realizados de maneira mais segura, respeitando as técnicas de restauro, é necessário se ater a antigas técnicas e aos materiais usados na construção.

Nos últimos dias a cidade vem passando por obras de estabilização e recomposição do calçamento na Rua do Rosário, antiga São José, devido à desestabilização e abatimento do piso. Nesta postagem apresentamos alguns documentos referentes à obra de construção deste muro de amparo e do calçamento.

O arquivo possui um rico dossiê dos trabalhos contratados e realizados no ano de 1892-1894, ele é composto de tabelas de medição, relatórios, pareceres e requerimentos sobre a obra, seus problemas, complexidades, tipos de material e mão de obra empregada.

O ofício de 24 de dezembro de 1892, do engenho Modesto Bello, enviado ao Presidente e agente Executivo da CMOP, Diogo Luiz de Almeida Pereira de Vasconcelos, são relatados problemas estruturais no paredão de amparo da referida rua, que estariam trazendo riscos aos terrenos vizinhos:
O Paredão existente, pela fenda que manifestou-se na rua entre as casas do Coronel Francfort e Capitão Olympio Ferrer, cedeu mais em parte onde o terreno, fortemente escarpado, não tem amparo algum até os fundos das casa da rua da Glória...”[2]



No Relatório dos Engenheiros Modesto de Faria Belo e Joaquim Machado de Mello, contratados pelo Presidente e Agente Executiva da CMOP Randolpho Bretas e pelo empreiteiro Capitão Antônio Bento de Souza são apresentados: o projeto e os trabalhos de fiscalização da execução correta da obra para a aprovação das contas e autorização do pagamento. Os engenheiros informam a complexidade do trabalho executado, devido a fragilidade do terreno. São feitas considerações importantes sobre a técnica a ser empregada para melhor segurança, como altura da sapata, alicerces e paredes.
“Quanto a altura da parede na diversas seções acima da sapata, quando deixei a direção das obras, regulava de 4,60m à 5,00m, parecendo já regula com o nível da rua; mas como tinha que ser feito depois o respaldo geral e harmonia com o passeio do lado oposto...”[3]


“Quanto a solidez da obra cumpre-me ponderar o seguinte: No lançamento dos alicerces, na parte por mim fiscalizada houve todo o cuidado em chegar a caixa até onde o terreno apresenta o moledo(sic) com terras resistência...”[4]



Os quadros de medição da obra apresentam como se deu a condução dos trabalhos item por item: bases dos alicerces, escavações, escoramentos, corpo da parede e pilares.


No dia 8 de dezembro de 1893 a Comissão de Obras Públicas enviou um parecer sobre os trabalhos, assinado pelo Vereador da Câmara e engenheiro Bruno Von Sperling. No documento o vereador faz o detalhamento dos serviços executados com as medições dando parecer favorável sobre a boa execução dos trabalhos.
“O aterro e o calçamento a paralelepípedo tem as dimensões exigidas no orçamento, bem assim como o capeamento das cortinas. As obras foram executadas com segurança”[5].

Até o início da década de 30 do século XX, a responsabilidade pela contratação, execução e fiscalização das obras públicas era feita pela Câmara Municipal através do Agente Executivo, que no caso de Ouro Preto, também exercia o cargo de Presidente da Câmara. Nos documentos apresentados é possível identificar as ações para o controle da execução destes serviços, cabendo salientar que havia uma preocupação da CMOP em escolher como membros de suas comissões vereadores com conhecimento técnico das grandes áreas de sua responsabilidade. No caso da Comissão de Obras Públicas, tentava-se a medida do possível ter na comissão um  vereador com curso de engenharia.
 


[1] LE GOFF,Jacques, 1924 – Por Amor às cidades: conversações com Jean Lebrun; tradução Reginaldo Carmello Corrêa de Moraes. – São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1998. –(Prisma)
[2] Ofício do Engenheiro Modesto  Bello  enviado ao Presidente da CMOP Diogo de Vasconcelos. Dossiê obras da Rua São José-24/12/1892.
[3] Relatório do Engenheiro Modesto de Faria Belo fl.4 . Dossiê obras Públicas.
[4] Relatório do Engenheiro Modesto de Faria Belo fl.7 . Dossiê obras Públicas.
[5] Parecer da Comissão de Obras Públicas da CMOP.

Postagem e Revisão: Helenice Oliveira (Graduanda do curso de História) e Polyana Oliveira


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Ouro Preto: Um Patrimônio de Toda a Humanidade



Jornal O Globo, quarta feira, 03 de Setembro de 1980

No dia de hoje, rememoramos os 35 anos em que a cidade de Ouro recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na quarta sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada em Paris, em 1980. Esse título é de grande relevância, pois, para recebê-lo a cidade precisa atender a diversos requisitos que a fazem ser dotada de Valor Universal Excepcional do ponto de vista da história, de arte ou de ciência.


O Engenho e Arte, 08 de setembro de 1980


Apesar de o título trazer benefícios as cidades, trás com ele a enorme responsabilidade de manter tal conjunto preservado, para tanto é preciso pensar em diretrizes municipais para que essa política seja efetiva e abrangente, de modo a evitar a descaracterização e a deteriorização desse conjunto. 

Edital para contratação de fiscal de obras
de 1972


Parâmetros para a construção e reforma de imóveis, 1972


Para Ouro Preto o desafio ainda é maior, pela extensão do perímetro tombado e pelo grande impacto que incide sobre toda a cidade. Devido à necessidade do estabelecimento de parâmetros para a proteção deste sítio tombado, o município de Ouro Preto, mesmo antes do reconhecimento internacional, elaborou uma Legislação específica para a proteção do patrimônio cultural: Lei 296/68 que dispões sobre a criação da Diretoria do patrimônio Histórico e Artístico Municipal (DPHAN). Decreto 27/73 que cria as zonas de proteção para fins de preservação de monumentos, sítios e paisagens, devido a necessidade de preservação da paisagem do Município, neste caso os distritos de fora da sede também são contemplados.
Lei sobre a criação do DPHAN



Decreto 27/73



Para além da questão meramente patrimonial, é preciso entender a cidade como um ente vivo. O cidadão ouropretano deve ser reconhecido como parte integrante e importante do patrimônio cultural, porque o que dá um caráter cultural passível de rememoração. São as pessoas que ao longo da passagem do tempo construiu, habitou e continua habitando este lugar de memória.


Ouro Preto foi a primeira cidade brasileira a receber o título, porém, outros dois títulos foram importantes para que Ouro Preto foi reconhecida pela Unesco em 1980: o título de Patrimônio Nacional em 1933, pelo presidente Getúlio Vargas e o tombamento pelo IPHAN  em 1938.  Se esquecermos na legislação municipal de proteção sancionada pelo Prefeito João Veloso em 1931-32.

A necessidade da contínua ação de preservação dos monumentos e sítios tombados é eminente, infelizmente na ultima semana tivemos a notícia da possível perda do título de Patrimônio Cultural imposto à cidade de Olinda, momento importante para a reflexão de como temos cuidado do nosso patrimônio, que é um patrimônio da humanidade. 



Ruínas da "Casa  do Vira Saia" (02/09/2015)

Obras de restauro do Santuário de Nossa Sra. da Conceição do Bairro  Antônio Dias (02/09/2015)

Links recomendados:

Resoluções da quarta sessão do Comitê do Patrimônio Mundial

Documentos referentes à Ouro Preto sob preservação da Unesco


Postagem e revisão: Helenice Oliveira e Polyana Oliveira




Ouro Preto: Um Patrimônio de Toda a Humanidade



Jornal O Globo, quarta feira, 03 de Setembro de 1980

No dia de hoje, rememoramos os 35 anos em que a cidade de Ouro recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na quarta sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada em Paris, em 1980. Esse título é de grande relevância, pois, para recebê-lo a cidade precisa atender a diversos requisitos que a fazem ser dotada de Valor Universal Excepcional do ponto de vista da história, de arte ou de ciência.


O Engenho e Arte, 08 de setembro de 1980


Apesar de o título trazer benefícios as cidades, trás com ele a enorme responsabilidade de manter tal conjunto preservado, para tanto é preciso pensar em diretrizes municipais para que essa política seja efetiva e abrangente, de modo a evitar a descaracterização e a deteriorização desse conjunto. 

Edital para contratação de fiscal de obras
de 1972


Parâmetros para a construção e reforma de imóveis, 1972


Para Ouro Preto o desafio ainda é maior, pela extensão do perímetro tombado e pelo grande impacto que incide sobre toda a cidade. Devido à necessidade do estabelecimento de parâmetros para a proteção deste sítio tombado, o município de Ouro Preto, mesmo antes do reconhecimento internacional, elaborou uma Legislação específica para a proteção do patrimônio cultural: Lei 296/68 que dispões sobre a criação da Diretoria do patrimônio Histórico e Artístico Municipal (DPHAN). Decreto 27/73 que cria as zonas de proteção para fins de preservação de monumentos, sítios e paisagens, devido a necessidade de preservação da paisagem do Município, neste caso os distritos de fora da sede também são contemplados.
Lei sobre a criação do DPHAN



Decreto 27/73



Para além da questão meramente patrimonial, é preciso entender a cidade como um ente vivo. O cidadão ouropretano deve ser reconhecido como parte integrante e importante do patrimônio cultural, porque o que dá um caráter cultural passível de rememoração. São as pessoas que ao longo da passagem do tempo construiu, habitou e continua habitando este lugar de memória.


Ouro Preto foi a primeira cidade brasileira a receber o título, porém, outros dois títulos foram importantes para que Ouro Preto foi reconhecida pela Unesco em 1980: o título de Patrimônio Nacional em 1933, pelo presidente Getúlio Vargas e o tombamento pelo IPHAN  em 1938.  Se esquecermos na legislação municipal de proteção sancionada pelo Prefeito João Veloso em 1931-32.

A necessidade da contínua ação de preservação dos monumentos e sítios tombados é eminente, infelizmente na ultima semana tivemos a notícia da possível perda do título de Patrimônio Cultural imposto à cidade de Olinda, momento importante para a reflexão de como temos cuidado do nosso patrimônio, que é um patrimônio da humanidade. 



Ruínas da "Casa  do Vira Saia" (02/09/2015)

Obras de restauro do Santuário de Nossa Sra. da Conceição do Bairro  Antônio Dias (02/09/2015)

Links recomendados:

Resoluções da quarta sessão do Comitê do Patrimônio Mundial

Documentos referentes à Ouro Preto sob preservação da Unesco


Postagem e revisão: Helenice Oliveira e Polyana Oliveira




quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Minas Gerais: Patrimônio Cultural - Um roteiro modernista

Esse suplemento, de importância nacional, foi o ponto de passagem entre o vanguardismo da Semana de Arte Moderna de 1922 e a patrimonialização dos monumentos coloniais, fundamental no projeto que daria origem ao SPHAN em fins dos anos 1930[1].






Página de rosto d’ O Jornal edição especial sobre as cidades Mineiras – 24/06/1929 . 

Durante a semana passada foi comemorada a Semana do Patrimônio Cultural, coincidentemente, recebemos por doação da família Pereira Ribeiro um exemplar do periódico editado no Rio de Janeiro intitulado “O Jornal”, fundado em 1919 por Renato Toledo Lopes e transferido em 1924 à Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo (1892 -1968), se constituindo na célula mãe  do que se tornaria o grande “império” da notícia “Os Diários Associados” (Jornal, revista, Rádio e TV).




Nesta edição de “O jornal” publicado em 24 de junho de 1929- O suplemento especialmente dedicado ao Estado de Minas Gerais tem como colaboradores: Rodrigo Melo Franco de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Lúcio Costa, João Alphonsus e Paulo Prado, que posteriormente integrariam o Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). Nesta publicação  é possível perceber, em certa medida, o limiar do que se constituiria o pensamento modernista brasileiro. Ao longo do periódico é notável a contraposição entre o moderno e o antigo, isto se torna evidente a medida que  a própria configuração do material gráfico nos deixa transparecer esta diferenciação, se para a  ilustração das paginas dedicadas as cidades mais antigas se faz uso de desenhos, para as mais modernas são utilizadas fotografias. 

                De Vila Rica de Albuquerque a Ouro Preto dos Estudantes

A viação Pública em Minas – Belo Horizonte

A publicação foi dividida em 4 Secções (sic) que tem função de dar um panorama do Estado, apresentando também uma grande parte dedicada a dados estatísticos.
·        1º secção – Organização atual do Estado;
·        2º Secção – Cidades Tradicionais;
·        3º Secção – Letras Mineiras;
·     4º Seção – Do Serro do Frio, Águas Virtuosas de Lambary e Movimento Liberal de São Paulo e a Revolução de Barbacena – A Batalha de Santa Luzia e a Vitória da Ordem.

[1] http://www.projetomemoria.art.br/drummond/vida/a-burocracia_um-modernista-a-servico-do-patrimonio.jsp  


Referências: 
  • Nelson Werneck Sodré, História da imprensa no Brasil, 1999, p. 36
  •  O Jornal Órgão líder dos Diários Associados/ Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.– A Secretaria, 2007.72 p.: il.– (Cadernos da Comunicação. Série Memória v.18); disponível em: :www.rio.rj.gov.br/secsJunho de 2007  
  •  Barbosa, Marinalva. História Cultural da Impressa:  Brasil 1900-2000 
  • http://www.projetomemoria.art.br/drummond/vida/a-burocracia_um-modernista-a-servico-do-patrimonio.jsp



Postagem e Revisão: Helenice Oliveira e Polyana Oliveira




















Minas Gerais: Patrimônio Cultural - Um roteiro modernista

Esse suplemento, de importância nacional, foi o ponto de passagem entre o vanguardismo da Semana de Arte Moderna de 1922 e a patrimonialização dos monumentos coloniais, fundamental no projeto que daria origem ao SPHAN em fins dos anos 1930[1].






Página de rosto d’ O Jornal edição especial sobre as cidades Mineiras – 24/06/1929 . 

Durante a semana passada foi comemorada a Semana do Patrimônio Cultural, coincidentemente, recebemos por doação da família Pereira Ribeiro um exemplar do periódico editado no Rio de Janeiro intitulado “O Jornal”, fundado em 1919 por Renato Toledo Lopes e transferido em 1924 à Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo (1892 -1968), se constituindo na célula mãe  do que se tornaria o grande “império” da notícia “Os Diários Associados” (Jornal, revista, Rádio e TV).




Nesta edição de “O jornal” publicado em 24 de junho de 1929- O suplemento especialmente dedicado ao Estado de Minas Gerais tem como colaboradores: Rodrigo Melo Franco de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Lúcio Costa, João Alphonsus e Paulo Prado, que posteriormente integrariam o Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). Nesta publicação  é possível perceber, em certa medida, o limiar do que se constituiria o pensamento modernista brasileiro. Ao longo do periódico é notável a contraposição entre o moderno e o antigo, isto se torna evidente a medida que  a própria configuração do material gráfico nos deixa transparecer esta diferenciação, se para a  ilustração das paginas dedicadas as cidades mais antigas se faz uso de desenhos, para as mais modernas são utilizadas fotografias. 

                De Vila Rica de Albuquerque a Ouro Preto dos Estudantes

A viação Pública em Minas – Belo Horizonte

A publicação foi dividida em 4 Secções (sic) que tem função de dar um panorama do Estado, apresentando também uma grande parte dedicada a dados estatísticos.
·        1º secção – Organização atual do Estado;
·        2º Secção – Cidades Tradicionais;
·        3º Secção – Letras Mineiras;
·     4º Seção – Do Serro do Frio, Águas Virtuosas de Lambary e Movimento Liberal de São Paulo e a Revolução de Barbacena – A Batalha de Santa Luzia e a Vitória da Ordem.

[1] http://www.projetomemoria.art.br/drummond/vida/a-burocracia_um-modernista-a-servico-do-patrimonio.jsp  


Referências: 
  • Nelson Werneck Sodré, História da imprensa no Brasil, 1999, p. 36
  •  O Jornal Órgão líder dos Diários Associados/ Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.– A Secretaria, 2007.72 p.: il.– (Cadernos da Comunicação. Série Memória v.18); disponível em: :www.rio.rj.gov.br/secsJunho de 2007  
  •  Barbosa, Marinalva. História Cultural da Impressa:  Brasil 1900-2000 
  • http://www.projetomemoria.art.br/drummond/vida/a-burocracia_um-modernista-a-servico-do-patrimonio.jsp



Postagem e Revisão: Helenice Oliveira e Polyana Oliveira




















quinta-feira, 9 de julho de 2015

Memória e Identidade - O Arquivo Público para a História de Minas Gerais



Durante a Semana Comemorativa ao aniversário do Município de Ouro Preto, procuramos trazer postagens que remetem a momentos importantes para a memória e a constituição de municipalidade ouropretana, neste ano particularmente escolhemos homenagear o Arquivo Público Mineiro, uma importante instituição criada na velha capital de Minas Gerais – Ouro Preto, que essa semana está completando seus 120 anos. 
Em 11 de julho de 1895 foi criado o Arquivo Público Mineiro, que é responsável desde então pela salvaguarda do patrimônio documental do Estado de Minas Gerais. Mesmo tendo sua sede transferida para Belo Horizonte, não rompeu seus laços com a cidade, muito particularmente por ter sob sua guarda parte importante do acervo do Fundo CMOP (Câmara Municipal de Ouro Preto) dos séculos XVIII e XIX. Hoje a sede do APM está localizada no Circuito Cultural da Praça da Liberdade, em uma construção datada de 1897, que remete as primeiras construções da nova capital.
A partir da pesquisa ao Fundo da Família Xavier da Veiga, fizemos a seleção de alguns documentos relativos à criação do Arquivo em Ouro Preto:

A imagem da primeira sede, cujo espaço foi cedido pelo seu primeiro Diretor, José Pedro Xavier da Veiga, bem como carta do secretário do Interior do Estado de Minas Gerais, Sr. Henrique Diniz, agradecendo a cessão do espaço para a guarda do acervo.



A minuta do projeto de Lei de criação traz em seu primeiro artigo os objetivos e as competências da instituição: “Art.1º - O Arquivo Público Mineiro, criado pela lei nº126 de 11 de julho de 1895 na cidade de Ouro Preto, é destinado a receber e conservar sob classificação sistemática, todos os documentos concernentes ao direito público, à legislação, à administração, à história, à geografia, e, em geral, às manifestações do movimento científico, literário e artístico do Estado de Minas Gerias.”


No Art. 20 é possível notar a importância dada a conservação e proteção do acervo sob guarda da instituição.



Art. 43 Criação da Revista do Arquivo Público Mineiro: Instrumento que possibilitou a difusão da história de Minas.


O Arquivo Público Municipal de Ouro Preto se congratula com o Arquivo Público Mineiro, no seu aniversário de 120 anos, reconhecendo a importância desta instituição para a proteção e a divulgação do patrimônio documental de Minas Gerais. 


 Referências:

Imagens:  Fundo: José Pedro Xavier da Veiga. Arquivo Público Municipal de Ouro Preto.  
 
Postagem e Revisão: Helenice Oliveira e Polyana Oliveira



Memória e Identidade - O Arquivo Público para a História de Minas Gerais



Durante a Semana Comemorativa ao aniversário do Município de Ouro Preto, procuramos trazer postagens que remetem a momentos importantes para a memória e a constituição de municipalidade ouropretana, neste ano particularmente escolhemos homenagear o Arquivo Público Mineiro, uma importante instituição criada na velha capital de Minas Gerais – Ouro Preto, que essa semana está completando seus 120 anos. 
Em 11 de julho de 1895 foi criado o Arquivo Público Mineiro, que é responsável desde então pela salvaguarda do patrimônio documental do Estado de Minas Gerais. Mesmo tendo sua sede transferida para Belo Horizonte, não rompeu seus laços com a cidade, muito particularmente por ter sob sua guarda parte importante do acervo do Fundo CMOP (Câmara Municipal de Ouro Preto) dos séculos XVIII e XIX. Hoje a sede do APM está localizada no Circuito Cultural da Praça da Liberdade, em uma construção datada de 1897, que remete as primeiras construções da nova capital.
A partir da pesquisa ao Fundo da Família Xavier da Veiga, fizemos a seleção de alguns documentos relativos à criação do Arquivo em Ouro Preto:

A imagem da primeira sede, cujo espaço foi cedido pelo seu primeiro Diretor, José Pedro Xavier da Veiga, bem como carta do secretário do Interior do Estado de Minas Gerais, Sr. Henrique Diniz, agradecendo a cessão do espaço para a guarda do acervo.



A minuta do projeto de Lei de criação traz em seu primeiro artigo os objetivos e as competências da instituição: “Art.1º - O Arquivo Público Mineiro, criado pela lei nº126 de 11 de julho de 1895 na cidade de Ouro Preto, é destinado a receber e conservar sob classificação sistemática, todos os documentos concernentes ao direito público, à legislação, à administração, à história, à geografia, e, em geral, às manifestações do movimento científico, literário e artístico do Estado de Minas Gerias.”


No Art. 20 é possível notar a importância dada a conservação e proteção do acervo sob guarda da instituição.



Art. 43 Criação da Revista do Arquivo Público Mineiro: Instrumento que possibilitou a difusão da história de Minas.


O Arquivo Público Municipal de Ouro Preto se congratula com o Arquivo Público Mineiro, no seu aniversário de 120 anos, reconhecendo a importância desta instituição para a proteção e a divulgação do patrimônio documental de Minas Gerais. 


 Referências:

Imagens:  Fundo: José Pedro Xavier da Veiga. Arquivo Público Municipal de Ouro Preto.  
 
Postagem e Revisão: Helenice Oliveira e Polyana Oliveira