sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

DE VILA RICA A OURO PRETO: MEMÓRIA DA NOMENCLATURA DAS RUAS II


A partir da análise do Livro de Tombo de 1830 a 1883 e do Livro de Atas de Sessão da Câmara Municipal de Ouro Preto de 1894 a 1897, ou seja, caminhando para a segunda metade do século XIX, podemos perceber que se principia uma mudança na nomeação das ruas. A nomenclatura passa a homenagear grandes personalidades para o município e para história do Brasil e vão sendo deixados as referências geográficas. 

Livro de Tombo de 1830 a 1883 Mudança de nomes das ruas de Ouro Preto em homenagem à memória dos Inconfidentes - Indicação assinada pelos vereadores Cesário Augusto Gama e Joaquim Cypriano Ribeiro em 20 de abril de 1876, no Livro de Tombo de 1830 a 1883, feita a exemplo da Câmara Municipal da Corte, que impôs alguns nomes dos Inconfidentes, lembrando os feitos memoráveis de que fora palco a antiga Vila Rica.

Observe abaixo algumas alterações transcritas do Livro de Tombo:

2ª alteração: “A Rua São José, ficará limitada entre a casa de Antônio Gomes Monteiro e Irmão e a dos herdeiros Francisco de Paula Reis, recebendo o nome de Rua Tiradentes em comemoração a Joaquim José da Silva Xavier, a que começa no largo da alegria e termina no edifício da Tesouraria Provincial”.

5ª alteração:“A praça em que se desemboca a mesma rua (do Bobadella), se denominará de Independência, por ter se erguido nela o poste em que fora colocada a cabeça do protomártir da Independência Brasileira”
8ª alteração: “Em memória de Thomaz Antônio Gonzaga, tomará o nome de Largo de Dirceo o que fica em frente à casa do Cel. João José de Magalhães, junto à ponte de Antônio Dias”.
 




No Livro de Atas de Sessão da Câmara Municipal de Ouro Preto de 1894 a 1897, podemos observar as modificações e correções da nomenclatura de ruas e praças do município. Nesta ata, datada de 24 de setembro de 1895, sobre a presidência do Sr. Olympio Ferrer, é feito um apanhado geral da nomeação das ruas, providenciado pela Comissão de Polícia. A cidade era dividida entre os Distritos de Ouro Preto e de Antônio Dias, como se pode verificar na ata.





[Postagem: Vanessa Pereira Silva (Estagiária). Revisão: João Paulo Martins e Helenice Oliveira]

DE VILA RICA A OURO PRETO: MEMÓRIA DA NOMENCLATURA DAS RUAS II


A partir da análise do Livro de Tombo de 1830 a 1883 e do Livro de Atas de Sessão da Câmara Municipal de Ouro Preto de 1894 a 1897, ou seja, caminhando para a segunda metade do século XIX, podemos perceber que se principia uma mudança na nomeação das ruas. A nomenclatura passa a homenagear grandes personalidades para o município e para história do Brasil e vão sendo deixados as referências geográficas. 

Livro de Tombo de 1830 a 1883 Mudança de nomes das ruas de Ouro Preto em homenagem à memória dos Inconfidentes - Indicação assinada pelos vereadores Cesário Augusto Gama e Joaquim Cypriano Ribeiro em 20 de abril de 1876, no Livro de Tombo de 1830 a 1883, feita a exemplo da Câmara Municipal da Corte, que impôs alguns nomes dos Inconfidentes, lembrando os feitos memoráveis de que fora palco a antiga Vila Rica.

Observe abaixo algumas alterações transcritas do Livro de Tombo:

2ª alteração: “A Rua São José, ficará limitada entre a casa de Antônio Gomes Monteiro e Irmão e a dos herdeiros Francisco de Paula Reis, recebendo o nome de Rua Tiradentes em comemoração a Joaquim José da Silva Xavier, a que começa no largo da alegria e termina no edifício da Tesouraria Provincial”.

5ª alteração:“A praça em que se desemboca a mesma rua (do Bobadella), se denominará de Independência, por ter se erguido nela o poste em que fora colocada a cabeça do protomártir da Independência Brasileira”
8ª alteração: “Em memória de Thomaz Antônio Gonzaga, tomará o nome de Largo de Dirceo o que fica em frente à casa do Cel. João José de Magalhães, junto à ponte de Antônio Dias”.
 




No Livro de Atas de Sessão da Câmara Municipal de Ouro Preto de 1894 a 1897, podemos observar as modificações e correções da nomenclatura de ruas e praças do município. Nesta ata, datada de 24 de setembro de 1895, sobre a presidência do Sr. Olympio Ferrer, é feito um apanhado geral da nomeação das ruas, providenciado pela Comissão de Polícia. A cidade era dividida entre os Distritos de Ouro Preto e de Antônio Dias, como se pode verificar na ata.





[Postagem: Vanessa Pereira Silva (Estagiária). Revisão: João Paulo Martins e Helenice Oliveira]

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

DE VILA RICA A OURO PRETO: MEMÓRIA DA NOMENCLATURA DAS RUAS

A denominação das ruas em Ouro Preto nos séculos XVIII e XIX era definida a partir de pontos geográficos como, por exemplo, córregos, prédios públicos, capelas, pontes, entre outros. Baseado em documentos do APMOP, trazemos nessa postagem referências dos antigos nomes de ruas ouropretanas, suas mudanças e continuidades, a partir da análise do Rol de Devedores de Foros de 1765 a 1794, de 1766 a 1825 e de 1766-1835.

Ao verificar o Livro de Rol de Devedores de Foros (1765-1794) é possível constatar a seguinte nomeação de endereços:

- Rua da Ponte do Caquende do Alto do Passadez
- Rua do Rosário até a Ponte Seca
- Rua do Vigário, próxima ao Arraial dos Paulistas
- Ladeira de São José
- Morro de São José e de Nossa Senhora da Piedade
- Praia do Corgo dos Agrellos
- Rua Nova do Sacramento, correspondendo à Rua de cima da Capela de Nossa Senhora do Rosário ao   Largo do Chafariz da Ponte de São José
- Rua de baixo de Ouro Preto
- Morro pela banda de cima do Arraial de Ouro Preto
- Rua de cima do Ouro Preto, que compreende a Ponte do mesmo até a Ponte Seca
- Ladeira que principia na Rua de cima do Ouro Preto e segue a Rua Nova do Sacramento
- Ladeira da Casa da Câmara Municipal na Ponte do Ouro Preto até o alto da Praça
- Rua Nova da Paz
- Campo dos Quartéis, incluindo os fundos da Rua Nova
- Arraial dos Paulistas, incluindo o Morro do Tapanhuacanga
- Rua de Santa Quitéria
- Rua do alto da Praça para o Antônio Dias
- Rua da Cadeia Velha
- Rua da Barra
- Rua da Capela do Bom Jesus dos Perdões
- Rua Direita da Ponte de Antônio Dias
- Rua da Capela Velha do Alto da Cruz e Padre Faria (Rua do Salé), indo para o Beco do Marquês
- Rua das Lajes até a Rua da Água Limpa
- Ladeira do Padre Faria, do Alto da Cruz até a Água Limpa do Taquaral
- Primeira Travessa do Tapanhuacanga do Padre Faria
- Rua da Água Limpa do Taquaral



    Ao verificar o Livro de Rol de Devedores de Foros (1766-1825), é possível constatar os seguintes endereços:

-  Rua das Cabeças até a Ponte do Rosário
- Morro do Raimundo até a Praia dos Agrillos
- Rua da Ponte do Caquende até o Chafariz da Ponte da Capela do Rosário
- Rua Nova do Sacramento, que principia atrás do Rosário até a Ponte de São José
- Ladeira que segue para a Capela de São José
- Rua Nova de São Francisco de Paula
- Rua do Paço da Ponte Seca até a Ponte do Ouro Preto
- Rua de Simão da Rocha
- Rua Direita da Casa da Câmara que principia na Ponte do Ouro Preto até o alto da Paça
- Rua de Santa Quitéria
- Rua Nova
- Rua do alto da Praça à freguesia do Antônio Dias
- Rua dos Paulistas
- Rua da Barra, que principia dos fundos do quintal do S. M. José Dias Lopes
- Rua dos Perdões
- Rua da Barra, pela parte do Pinheiro, Casa de Pedra e Gambá
- Rua da Ponte do Antônio Dias até o Alto da Cruz
- Travessa do Trapiche
- Travessa do Areão
- Rua do Salé e Beco do Marquês
- Rua das Lajes que principia por cima da Rua dos Paulistas e entra no Beco da Água Limpa
- Ladeira que principia no Alto da Cruz e segue para a Água Limpa até o Taquaral






 Livro de Rol de Devedores de  Foro (1766 a 1835), onde podemos encontrar uma lista semelhante ao Rol anterior. Alguns acréscimos de nomes de ruas são feitos como,  Rua do Carmo e Rua das Mercês, e verifica-se pequena modificação nos pontos referenciais geográficos:   
 








[Postagem: Vanessa Pereira Silva (Estagiária). Revisão: João Paulo Martins e Helenice Oliveira]

DE VILA RICA A OURO PRETO: MEMÓRIA DA NOMENCLATURA DAS RUAS

A denominação das ruas em Ouro Preto nos séculos XVIII e XIX era definida a partir de pontos geográficos como, por exemplo, córregos, prédios públicos, capelas, pontes, entre outros. Baseado em documentos do APMOP, trazemos nessa postagem referências dos antigos nomes de ruas ouropretanas, suas mudanças e continuidades, a partir da análise do Rol de Devedores de Foros de 1765 a 1794, de 1766 a 1825 e de 1766-1835.

Ao verificar o Livro de Rol de Devedores de Foros (1765-1794) é possível constatar a seguinte nomeação de endereços:

- Rua da Ponte do Caquende do Alto do Passadez
- Rua do Rosário até a Ponte Seca
- Rua do Vigário, próxima ao Arraial dos Paulistas
- Ladeira de São José
- Morro de São José e de Nossa Senhora da Piedade
- Praia do Corgo dos Agrellos
- Rua Nova do Sacramento, correspondendo à Rua de cima da Capela de Nossa Senhora do Rosário ao   Largo do Chafariz da Ponte de São José
- Rua de baixo de Ouro Preto
- Morro pela banda de cima do Arraial de Ouro Preto
- Rua de cima do Ouro Preto, que compreende a Ponte do mesmo até a Ponte Seca
- Ladeira que principia na Rua de cima do Ouro Preto e segue a Rua Nova do Sacramento
- Ladeira da Casa da Câmara Municipal na Ponte do Ouro Preto até o alto da Praça
- Rua Nova da Paz
- Campo dos Quartéis, incluindo os fundos da Rua Nova
- Arraial dos Paulistas, incluindo o Morro do Tapanhuacanga
- Rua de Santa Quitéria
- Rua do alto da Praça para o Antônio Dias
- Rua da Cadeia Velha
- Rua da Barra
- Rua da Capela do Bom Jesus dos Perdões
- Rua Direita da Ponte de Antônio Dias
- Rua da Capela Velha do Alto da Cruz e Padre Faria (Rua do Salé), indo para o Beco do Marquês
- Rua das Lajes até a Rua da Água Limpa
- Ladeira do Padre Faria, do Alto da Cruz até a Água Limpa do Taquaral
- Primeira Travessa do Tapanhuacanga do Padre Faria
- Rua da Água Limpa do Taquaral

    Ao verificar o Livro de Rol de Devedores de Foros (1766-1825), é possível constatar os seguintes endereços:

-  Rua das Cabeças até a Ponte do Rosário
- Morro do Raimundo até a Praia dos Agrillos
- Rua da Ponte do Caquende até o Chafariz da Ponte da Capela do Rosário
- Rua Nova do Sacramento, que principia atrás do Rosário até a Ponte de São José
- Ladeira que segue para a Capela de São José
- Rua Nova de São Francisco de Paula
- Rua do Paço da Ponte Seca até a Ponte do Ouro Preto
- Rua de Simão da Rocha
- Rua Direita da Casa da Câmara que principia na Ponte do Ouro Preto até o alto da Paça
- Rua de Santa Quitéria
- Rua Nova
- Rua do alto da Praça à freguesia do Antônio Dias
- Rua dos Paulistas
- Rua da Barra, que principia dos fundos do quintal do S. M. José Dias Lopes
- Rua dos Perdões
- Rua da Barra, pela parte do Pinheiro, Casa de Pedra e Gambá
- Rua da Ponte do Antônio Dias até o Alto da Cruz
- Travessa do Trapiche
- Travessa do Areão
- Rua do Salé e Beco do Marquês
- Rua das Lajes que principia por cima da Rua dos Paulistas e entra no Beco da Água Limpa
- Ladeira que principia no Alto da Cruz e segue para a Água Limpa até o Taquaral






 Livro de Rol de Devedores de  Foro (1766 a 1835), onde podemos encontrar uma lista semelhante ao Rol anterior. Alguns acréscimos de nomes de ruas são feitos como,  Rua do Carmo e Rua das Mercês, e verifica-se pequena modificação nos pontos referenciais geográficos:   
 







[Postagem: Vanessa Pereira Silva (Estagiária). Revisão: João Paulo Martins e Helenice Oliveira]

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Regime de terras em Ouro Preto - II


Os termos de provisão de aforamento são úteis para entendermos como se dava o processo ocupação urbana da cidade de Ouro Preto.
Essa documentação era produzida na Câmara Municipal de Ouro Preto e dava os direitos de exploração e construção dentro dos terrenos pertencentes à sesmaria municipal.
Para que uma pessoa conseguisse os direitos de poder usufruir dos terrenos públicos ela deveria pagar imposto, que seria o foro, bem como cumprir as obrigações relatadas no documento, seguindo todos os trâmites impostos pela Câmara.
Quando um cidadão demonstrava interesse por uma porção de terra da sesmaria, era necessário que o mesmo enviasse um requerimento a Câmara, com indicações do local do terreno, suas medidas, as divisas que fazia (frente, lados e fundo), bem como a intenção do que se iria construir naquele espaço.
Requerimento, auto de medição e alinhamento, termo de aforamento e certidão de aforamento, compunham o processo de posse de terrenos pelos indivíduos. Esse sistema de uso e ocupação  de terras implantado  no período colonial permaneceu, em Ouro Preto, até a década de 1970, sendo, ainda hoje, uma importante documentação para salvaguarda de direitos de posse de imóveis em Ouro Preto.
Requerimento à Câmara Municipal de Ouro Preto de 17 de março 1887: 
 
Auto de medição e alinhamento de 13 de abril de 1887 (referente ao requerimento acima):
 

Termo de  provisão de aforamento, medição posse e obrigação de foro de 28 de junho de 1887:



Termo de provisão de aforamento, medição posse e obrigação de foro de 6 de julho de1887:


Termo de provisão de aforamento, medição posse e obrigação de foro de 17 de outubro 1946:








[Postagem: Vanessa Pereira Silva (Estagiária). Revisão: João Paulo Martins e Helenice Oliveira]

Regime de terras em Ouro Preto - II


Os termos de provisão de aforamento são úteis para entendermos como se dava o processo ocupação urbana da cidade de Ouro Preto.
Essa documentação era produzida na Câmara Municipal de Ouro Preto e dava os direitos de exploração e construção dentro dos terrenos pertencentes à sesmaria municipal.
Para que uma pessoa conseguisse os direitos de poder usufruir dos terrenos públicos ela deveria pagar imposto, que seria o foro, bem como cumprir as obrigações relatadas no documento, seguindo todos os trâmites impostos pela Câmara.
Quando um cidadão demonstrava interesse por uma porção de terra da sesmaria, era necessário que o mesmo enviasse um requerimento a Câmara, com indicações do local do terreno, suas medidas, as divisas que fazia (frente, lados e fundo), bem como a intenção do que se iria construir naquele espaço.
Requerimento, auto de medição e alinhamento, termo de aforamento e certidão de aforamento, compunham o processo de posse de terrenos pelos indivíduos. Esse sistema de uso e ocupação  de terras implantado  no período colonial permaneceu, em Ouro Preto, até a década de 1970, sendo, ainda hoje, uma importante documentação para salvaguarda de direitos de posse de imóveis em Ouro Preto.
Requerimento à Câmara Municipal de Ouro Preto de 17 de março 1887: 
 
Auto de medição e alinhamento de 13 de abril de 1887 (referente ao requerimento acima):
 

Termo de  provisão de aforamento, medição posse e obrigação de foro de 28 de junho de 1887:



Termo de provisão de aforamento, medição posse e obrigação de foro de 6 de julho de1887:


Termo de provisão de aforamento, medição posse e obrigação de foro de 17 de outubro 1946:








[Postagem: Vanessa Pereira Silva (Estagiária). Revisão: João Paulo Martins e Helenice Oliveira]

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Regime de terras em Ouro Preto

Vila Rica, assim como as demais territórios coloniais, teve o regime sesmeeiro para uso, ocupação e tributação de terras, utilizado pela Coroa portuguesa. Com a criação da Câmara de Vila Rica, em 1711, foi concedida pelo rei uma área (sesmaria) sob sua administração. Tal sistema, para efeito de tributação e legitimação de posse, permaneceu em vigor na cidade até a década de 1970. Nessa postagem falaremos sobre a sesmaria da Câmara de Vila Rica, uma de suas remedições no século XIX para balizar a cobrança de foros. Na próxima postagem, traremos mais informações sobre o regime foreiro, devido a sua importância até os dias atuais nas questões de uso e ocupação do solo.



SESMARIA DA CÂMARA

Carta lavrada em 27 de abril de 1711 pelo governador e Capitão General da Capitania de São Paulo e Minas Gerais: Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho. Concedendo a Câmara de Vila Rica uma Sesmaria de uma légua em quadra de terras em torno da mesma Vila.
Carta de confirmação da mesma Sesmaria lavrada por sua Majestade D. João, Rei de Portugal, em 17 de janeiro de 1736 com o competente registro, auto de medição e demarcação da mesma Sesmaria em abril de 1736.

O relatório do profissional engenheiro encarregado da demarcação e tombamento da Sesmaria diz:
·A) Colocação de marcos em pontos descobertos: Estrada de Antônio Pereira – Estrada de Mariana – Fralda do Morro dos Cachorros – Estrada do Tripuy – Estrada da Corte distante 120 metros do lado esquerdo da estrada para o Itacolomi.
·B) Ponto de partida partindo da coluna colocada no lugar do antigo Pelourinho seguindo pelo lado da igreja de São Francisco de Assis encosta do morro da cadeia, entrando na rua do Jangadeiro, descendo pela Santa Quitéria dali descendo pela travessa em frente a Tesouraria Provincial e dali passando pela rua do Tiradentes, Rosário, Dr. Bernado de Guimarães alto da Cabeças descendo até o Passa Dez e seguindo pela, digo, atravessando o referido Ribeirão do passa Dez e seguindo pela estrada do Tripuy até próximo a Cruz das Almas onde foi colocado o marco extremo de rumo ao Oeste ficando este ao lado de cima da referida estrada.
·C) Concluindo a medição e para chegar onde plantou o primeiro marco ainda diz ele...Seguindo em rumo Oeste atravessando o Córrego da Olaria e seguindo pela encosta da Serra e morro de São Sebastião atravessei a Cachoeira do Rio de Pedras Estrada de São Bartolomeu tomando o alto da Serra passando pelas cabeceiras do Córrego da Jacuba onde foi colocado no alto da Serra o respectivo marco de N 0 extremo de 3000 braças de divisas norte; dali seguindo em rumo sul descendo até a estrada da Cachoeira a um afluente da Jacuba; dali subindo e descendo o morro denominado do Jacuba encontrei o meu marco de partida colocado no lado de cima da referida estrada.
·   Assim é colocado o marco de partida o Oeste na Cruz das Almas estrada do Tripuy, a norte , colocado no alto da serra do Jardim Botânico, seguindo rumo sul na estrada de Cachoeira do Campo, leste estrada do Taquaral divisa com Mariana.
·   estrada para o Tripuy, completando assim a medição do quadrado da Sesmaria com 3000 braças de lado
Obs. A demarcação norte não fica completa, tendo apenas 1312 braças, porque declaram os louvadores não poderem continuar por obstáculos de terreno fragoso, e matas incultas. Tendo como limite a oeste o córrego do Passa Dez.
O Artigo 43 de Posturas diz: É proibido edificar ou fazer qualquer obra em terreno público sem aforamento ou arrendamento na forma dos artigos 42 e 44 da lei de 1º de outubro de 1828. E os artigos 13 a 15 do Estatuto reproduz o mesmo.
A indicação aprovada em 20 de agosto de 1886, que demandou proceder-se ao serviço de medição dos terrenos foreiros, liquidação de foros etc. determinou que este fosse feito por seção de partes com demarcação das ruas:
·       1ª parte = do principio da Sesmaria da Câmara do Córrego da Jacuba ao largo do Rosário de Ouro Preto e suas ramificações.
·       2ª parte = do largo do Rosário de Ouro Preto a praça do Jardim Botânico inclusive o lado que pertence a freguesia de Ouro Preto e suas ramificações.
·       3ª parte = da praça do Alto da Cruz e suas ramificações.
·       4ª parte = do Alto da Cruz ao marco do Taquaral, limite da Sesmaria para o lado de Mariana e suas ramificações
Será obrigado o proponente a dar contas de foros e penas d’água e das bombas e bem assim. Em nome do proprietário e foreiro. 20 de agosto de 1886 – Autorização a 4 de janeiro de 1887.


 Informações retiradas de papeis relativos a Fazenda da Jacuba de propriedade do cidadão Antônio Pereira Azedo  e Chácara da Olaria de Antônio Francisco Junqueira 1893/1897.

Processo de aforamento do General Joaquim da Costa Mattos referente a terrenos sito "moinhos" na esplanada da vertente oriental do Morro São Sebastião. Contém o desenho dos marcos da sesmaria da Câmara de Ouro Preto.


Regime de terras em Ouro Preto

Vila Rica, assim como as demais territórios coloniais, teve o regime sesmeeiro para uso, ocupação e tributação de terras, utilizado pela Coroa portuguesa. Com a criação da Câmara de Vila Rica, em 1711, foi concedida pelo rei uma área (sesmaria) sob sua administração. Tal sistema, para efeito de tributação e legitimação de posse, permaneceu em vigor na cidade até a década de 1970. Nessa postagem falaremos sobre a sesmaria da Câmara de Vila Rica, uma de suas remedições no século XIX para balizar a cobrança de foros. Na próxima postagem, traremos mais informações sobre o regime foreiro, devido a sua importância até os dias atuais nas questões de uso e ocupação do solo.



SESMARIA DA CÂMARA

Carta lavrada em 27 de abril de 1711 pelo governador e Capitão General da Capitania de São Paulo e Minas Gerais: Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho. Concedendo a Câmara de Vila Rica uma Sesmaria de uma légua em quadra de terras em torno da mesma Vila.
Carta de confirmação da mesma Sesmaria lavrada por sua Majestade D. João, Rei de Portugal, em 17 de janeiro de 1736 com o competente registro, auto de medição e demarcação da mesma Sesmaria em abril de 1736.

O relatório do profissional engenheiro encarregado da demarcação e tombamento da Sesmaria diz:
·A) Colocação de marcos em pontos descobertos: Estrada de Antônio Pereira – Estrada de Mariana – Fralda do Morro dos Cachorros – Estrada do Tripuy – Estrada da Corte distante 120 metros do lado esquerdo da estrada para o Itacolomi.
·B) Ponto de partida partindo da coluna colocada no lugar do antigo Pelourinho seguindo pelo lado da igreja de São Francisco de Assis encosta do morro da cadeia, entrando na rua do Jangadeiro, descendo pela Santa Quitéria dali descendo pela travessa em frente a Tesouraria Provincial e dali passando pela rua do Tiradentes, Rosário, Dr. Bernado de Guimarães alto da Cabeças descendo até o Passa Dez e seguindo pela, digo, atravessando o referido Ribeirão do passa Dez e seguindo pela estrada do Tripuy até próximo a Cruz das Almas onde foi colocado o marco extremo de rumo ao Oeste ficando este ao lado de cima da referida estrada.
·C) Concluindo a medição e para chegar onde plantou o primeiro marco ainda diz ele...Seguindo em rumo Oeste atravessando o Córrego da Olaria e seguindo pela encosta da Serra e morro de São Sebastião atravessei a Cachoeira do Rio de Pedras Estrada de São Bartolomeu tomando o alto da Serra passando pelas cabeceiras do Córrego da Jacuba onde foi colocado no alto da Serra o respectivo marco de N 0 extremo de 3000 braças de divisas norte; dali seguindo em rumo sul descendo até a estrada da Cachoeira a um afluente da Jacuba; dali subindo e descendo o morro denominado do Jacuba encontrei o meu marco de partida colocado no lado de cima da referida estrada.
·   Assim é colocado o marco de partida o Oeste na Cruz das Almas estrada do Tripuy, a norte , colocado no alto da serra do Jardim Botânico, seguindo rumo sul na estrada de Cachoeira do Campo, leste estrada do Taquaral divisa com Mariana.
·   estrada para o Tripuy, completando assim a medição do quadrado da Sesmaria com 3000 braças de lado
Obs. A demarcação norte não fica completa, tendo apenas 1312 braças, porque declaram os louvadores não poderem continuar por obstáculos de terreno fragoso, e matas incultas. Tendo como limite a oeste o córrego do Passa Dez.
O Artigo 43 de Posturas diz: É proibido edificar ou fazer qualquer obra em terreno público sem aforamento ou arrendamento na forma dos artigos 42 e 44 da lei de 1º de outubro de 1828. E os artigos 13 a 15 do Estatuto reproduz o mesmo.
A indicação aprovada em 20 de agosto de 1886, que demandou proceder-se ao serviço de medição dos terrenos foreiros, liquidação de foros etc. determinou que este fosse feito por seção de partes com demarcação das ruas:
·       1ª parte = do principio da Sesmaria da Câmara do Córrego da Jacuba ao largo do Rosário de Ouro Preto e suas ramificações.
·       2ª parte = do largo do Rosário de Ouro Preto a praça do Jardim Botânico inclusive o lado que pertence a freguesia de Ouro Preto e suas ramificações.
·       3ª parte = da praça do Alto da Cruz e suas ramificações.
·       4ª parte = do Alto da Cruz ao marco do Taquaral, limite da Sesmaria para o lado de Mariana e suas ramificações
Será obrigado o proponente a dar contas de foros e penas d’água e das bombas e bem assim. Em nome do proprietário e foreiro. 20 de agosto de 1886 – Autorização a 4 de janeiro de 1887.


 Informações retiradas de papeis relativos a Fazenda da Jacuba de propriedade do cidadão Antônio Pereira Azedo  e Chácara da Olaria de Antônio Francisco Junqueira 1893/1897.

Processo de aforamento do General Joaquim da Costa Mattos referente a terrenos sito "moinhos" na esplanada da vertente oriental do Morro São Sebastião. Contém o desenho dos marcos da sesmaria da Câmara de Ouro Preto.


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Modernização dos meios de transporte em Ouro Preto no século XIX

Recentemente, tem sido discutido novos métodos de implantação de transportes coletivos para Ouro Preto a fim de amenizar o fluxo de veículos na região central da cidade.
A implantação do plano inclinado,  solução alternativa  para aliviar o tráfego de veículos, foi proposta  já nos finais do século XIX durante o Plano de Melhoramentos da Capital, porém com outro objetivo: a modernização da cidade para manter Ouro Preto como capital de Minas Gerais.
Em 1891 os Intendentes Francisco Borja d ' Almeida Gomes e Cândido Cruz  elaboraram uma proposta para a colocação de um plano inclinado, elevador ou Estrada de Ferro que liga a cidade ao Itacolomi.


Ata de Sessão de 10 de dezembro de 1891 a qual propõe contratar obras na Serra do Italocomi, comparando a construção dos melhoramentos em Ouro Preto com àquela existente no Morro do Corcovado, no Rio de Janeiro.




Contrato celebrado entre a Intendência Municipal de Ouro Preto e os cidadãos Dr. José Alexandre de Moura Costa e Vicente Barreiros para os Melhoramentos da Capital, datado de 14 de Setembro de 1891.

Planta dos Melhoramentos da Cidade de Ouro Preto