sexta-feira, 6 de julho de 2012

Futebol em Ouro Preto: A prática e seus espaços

Esporte mais popular no Brasil, o futebol chegou ao país no final do século XIX e, rapidamente, começou a ser praticado em clubes sociais, escolas e mesmo entre empregados de várias empresas. Cidades brasileiras, aos poucos, passaram a abrigar campos em que o futebol era praticado apenas de forma amadora, visto que a profissionalização dos atletas só viria no Brasil na década de 1930.

Partidas amistosas e campeonatos entre times formados por estudantes e/ou funcionários marcaram a prática do futebol em suas primeiras décadas no Brasil. Possui essa característica do Tiradentes Foot Ball, time de futebol da Escola de Minas de Ouro Preto. O Tiradentes Foot Ball é a menção mais antiga a uma equipe de futebol dentre os documentos do Arquivo Público de Ouro Preto.


Na década de 1930, o fotógrafo Luís Fontana registrou cenas do esporte em Ouro Preto, nas quais podemos identificar alguns times e a presença de espaços destinados a essa prática.





O acervo de fotografias do Instituto de Filosofia, Artes e Cultura (IFAC-UFOP) possui ainda outras imagens que registram a prática do futebol em Ouro Preto em período próximo:




Com o passar dos anos, vários times foram se constituindo e firmando no município mantendo, em grande parte, a característica de terem suas origens vinculadas a empresas ou grupos de trabalhadores, como Aluminas, Siderantim, Industrial, Ferroviário, dentre outros.


Como se pode perceber em documentos da década de 1970, jogava-se futebol em todos os distritos de Ouro Preto, sendo que vários deles possuíam times que disputavam os campeonatos organizados pela Liga Esportiva Ouropretana (LEO), como Ferroviário Futebol Clube, de Cachoeira do Campo; Casa Branca Futebol Clube, de Glaura; Rodrigo Silva Futebol Clube, de Rodrigo Silva; Esporte Clube Nacional (atualmente Vila Nova), de Lavras Novas; Libertador Futebol Clube, de Santa Rita; América de Amarantina; Associação Atlética Siderantim, de Miguel Burnier; Palmeiras e Alumina, de Santo Antônio do Salto; Samisa, de Antônio Pereira; dentre outros. No distrito sede destacam-se o Rosário, Tabajaras, Guarani, Aluminas e ADEM.
Timbres de alguns times de futebol de Ouro Preto

A partir do aumento da demanda por espaço para a prática do esporte, os espaços foram ampliados e melhorados. Como referência a esta ampliação podemos citar os Estádio Municipal Genival Alves Ramalho, popularmente conhecido como “Caldeirão da Barra”, a Praça de Esporte 7 de Setembro do Morro Santana , o Campo da Associação Atlética Aluminas , no Saramenha e o recentemente revitalizado “Estádio Municipal José Ovídio Fortes” (Campo da Água Limpa), que em 1987 recebeu o nome de “Estádio Municipal Nescau”.



Dia de jogo no "Campo da Barra" em 1980


 "Praça de Esportes 7 de Setembro" - Morro Santana



 Inauguração em 1995 da  "Praça de Esportes 7 de Setembro" - Morro Santana

Documento solicitando reparos a serem realizados em campos de futebol de alguns distritos de Ouro Preto:





[Postagem: Vanessa Pereira Silva e Jussara Riodouro (Estagiária). Revisão: João Paulo Martins e Helenice Oliveira]

Futebol em Ouro Preto: A prática e seus espaços

Esporte mais popular no Brasil, o futebol chegou ao país no final do século XIX e, rapidamente, começou a ser praticado em clubes sociais, escolas e mesmo entre empregados de várias empresas. Cidades brasileiras, aos poucos, passaram a abrigar campos em que o futebol era praticado apenas de forma amadora, visto que a profissionalização dos atletas só viria no Brasil na década de 1930.

Partidas amistosas e campeonatos entre times formados por estudantes e/ou funcionários marcaram a prática do futebol em suas primeiras décadas no Brasil. Possui essa característica do Tiradentes Foot Ball, time de futebol da Escola de Minas de Ouro Preto. O Tiradentes Foot Ball é a menção mais antiga a uma equipe de futebol dentre os documentos do Arquivo Público de Ouro Preto.


Na década de 1930, o fotógrafo Luís Fontana registrou cenas do esporte em Ouro Preto, nas quais podemos identificar alguns times e a presença de espaços destinados a essa prática.





O acervo de fotografias do Instituto de Filosofia, Artes e Cultura (IFAC-UFOP) possui ainda outras imagens que registram a prática do futebol em Ouro Preto em período próximo:



Com o passar dos anos, vários times foram se constituindo e firmando no município mantendo, em grande parte, a característica de terem suas origens vinculadas a empresas ou grupos de trabalhadores, como Aluminas, Siderantim, Industrial, Ferroviário, dentre outros.

Como se pode perceber em documentos da década de 1970, jogava-se futebol em todos os distritos de Ouro Preto, sendo que vários deles possuíam times que disputavam os campeonatos organizados pela Liga Esportiva Ouropretana (LEO), como Ferroviário Futebol Clube, de Cachoeira do Campo; Casa Branca Futebol Clube, de Glaura; Rodrigo Silva Futebol Clube, de Rodrigo Silva; Esporte Clube Nacional (atualmente Vila Nova), de Lavras Novas; Libertador Futebol Clube, de Santa Rita; América de Amarantina; Associação Atlética Siderantim, de Miguel Burnier; Palmeiras e Alumina, de Santo Antônio do Salto; Samisa, de Antônio Pereira; dentre outros. No distrito sede destacam-se o Rosário, Tabajaras, Guarani, Aluminas e ADEM.
Timbres de alguns times de futebol de Ouro Preto

A partir do aumento da demanda por espaço para a prática do esporte, os espaços foram ampliados e melhorados. Como referência a esta ampliação podemos citar os Estádio Municipal Genival Alves Ramalho, popularmente conhecido como “Caldeirão da Barra”, a Praça de Esporte 7 de Setembro do Morro Santana , o Campo da Associação Atlética Aluminas , no Saramenha e o recentemente revitalizado “Estádio Municipal José Ovídio Fortes” (Campo da Água Limpa), que em 1987 recebeu o nome de “Estádio Municipal Nescau”.


Dia de jogo no "Campo da Barra" em 1980

 "Praça de Esportes 7 de Setembro" - Morro Santana



 Inauguração em 1995 da  "Praça de Esportes 7 de Setembro" - Morro Santana

Documento solicitando reparos a serem realizados em campos de futebol de alguns distritos de Ouro Preto:
[Postagem: Vanessa Pereira Silva e Jussara Riodouro (Estagiária). Revisão: João Paulo Martins e Helenice Oliveira]

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Ouro Preto 301 anos: Ações, Lições e Preocupações

Na  primeira semana do mês de julho, Ouro Preto celebra o aniversário de sua fundação. No dia 08 do corrente mês, a cidade histórica comemora os 301 anos da ereção de Vila Rica. A cidade hoje recebe visitantes de todas as partes do mundo. Turistas que vem admirar, entre outros atrativos, a arquitetura da cidade.

Esse grande conjunto arquitetônico deve grande parte de sua boa conservação à crescente consciência de preservação patrimonial; de que são responsáveis os moradores, o poder público e os visitantes. E não é ignoto, que esse patrimônio é também responsável por movimentar a economia da cidade.

Ações de preservação e salvaguarda do patrimônio cultural do município tem sido desenvolvidas, com a tentativa de, cada vez mais, integrar sociedade civil e poder público nesse processo de reconhecimento e cuidado. 
 
E é pensando nessa crescente política de preservação e educação patrimonial que o Arquivo Público Municipal rememora uma das campanhas pela preservação do patrimônio da cidade, acontecida em meados da década de 1970.

Devido a acidentes e riscos ao patrimônio da cidade, como um incêndio acontecido na rua São José, que destruiu três casas tombadas; aos roubos de relíquias históricas, como o acontecido na Igreja do Pilar em 1973; à  poluição ambiental crescente; e também ao crescimento demográfico, nota-se uma calorosa campanha de “salve Ouro Preto”. 

Como os documentos abaixo nos deixam perceber, tal campanha abarcou vários setores da sociedade, como políticos, intelectuais, artistas e população em geral.

Incêndio acontecido na Rua São José em 1977.




                                   Matéria publicada no jornal "Estado de Minas" em 15 de Dezembro de 1977.


 Carlos Drummond de Andrade, notório admirador da cidade, escreveu em sua coluna no jornal "Agora" um texto/crônica em que demonstra seu receio quanto à destruição de Ouro Preto. Esse escrito de Drummond, e algumas colunas de jornais da década de 1970 permite entrever, o quão estavam em voga as prospectivas da cidade herdeira de construções coloniais. Conservação ou destruição: era essa a tônica dos documentos que seguem:
Matéria publicada no jornal "Agora"; em 17 de Dezembro de 1977.
Matéria publicada no jornal "Estado de Minas"; em 05 de Fevereiro de 1977.
Matéria publicada no "Jornal do Brasil"; em 11 de Abril de 1977.



Para além da preservação do patrimônio material, outra questão é discutida nesse período: a poluição ambiental. E é nesse ínterim que a prefeitura de Ouro Preto firma um convênio com a Secretária Estadual de Ciências e Tecnologia, cujo objetivo era estudar meios de se preservar o patrimônio artístico, cultural e material, além de cuidar do meio ambiente da cidade, que estava sofrendo os danos da poluição.

Matéria publicada no jornal "Minas Gerais; em 19 de Novembro de 1977.




Projeto antigo de Ouro Preto, os planos da criação de uma cidade satélite para o distrito sede voltam à baila, como medida para limitar os danos causados pela urbanização.


 Matéria publicada no jornal "Diário do Comércio, em 20 de Janeiro de 1978.


 
Esses foram alguns dos aspectos que suscitararam discussões e propostas em torno da  preservação patrimonial e bem-estar urbano em Ouro Preto na década de 1970. Algumas medidas, bem datadas, não chegaram a ser implementadas, enquanto outras se mostram bastante atuais e sendo alvo de políticas recentes. O aniversário de Vila Rica é um bom momento para se pensar o cuidado com a cidade!


Matéria publicada no jornal "O Estado de São Paulo; em 13 de Dezembro de 1977.


[Postagem: Vanessa Pereira Silva e Jussara Rodouro  (Estagiárias). Revisão: João Paulo Martins e Helenice Oliveira]



Ouro Preto 301 anos: Ações, Lições e Preocupações

Na  primeira semana do mês de julho, Ouro Preto celebra o aniversário de sua fundação. No dia 08 do corrente mês, a cidade histórica comemora os 301 anos da ereção de Vila Rica. A cidade hoje recebe visitantes de todas as partes do mundo. Turistas que vem admirar, entre outros atrativos, a arquitetura da cidade.

Esse grande conjunto arquitetônico deve grande parte de sua boa conservação à crescente consciência de preservação patrimonial; de que são responsáveis os moradores, o poder público e os visitantes. E não é ignoto, que esse patrimônio é também responsável por movimentar a economia da cidade.

Ações de preservação e salvaguarda do patrimônio cultural do município tem sido desenvolvidas, com a tentativa de, cada vez mais, integrar sociedade civil e poder público nesse processo de reconhecimento e cuidado. 
 
E é pensando nessa crescente política de preservação e educação patrimonial que o Arquivo Público Municipal rememora uma das campanhas pela preservação do patrimônio da cidade, acontecida em meados da década de 1970.

Devido a acidentes e riscos ao patrimônio da cidade, como um incêndio acontecido na rua São José, que destruiu três casas tombadas; aos roubos de relíquias históricas, como o acontecido na Igreja do Pilar em 1973; à  poluição ambiental crescente; e também ao crescimento demográfico, nota-se uma calorosa campanha de “salve Ouro Preto”. 

Como os documentos abaixo nos deixam perceber, tal campanha abarcou vários setores da sociedade, como políticos, intelectuais, artistas e população em geral.

Incêndio acontecido na Rua São José em 1977.




                                   Matéria publicada no jornal "Estado de Minas" em 15 de Dezembro de 1977.


 Carlos Drummond de Andrade, notório admirador da cidade, escreveu em sua coluna no jornal "Agora" um texto/crônica em que demonstra seu receio quanto à destruição de Ouro Preto. Esse escrito de Drummond, e algumas colunas de jornais da década de 1970 permite entrever, o quão estavam em voga as prospectivas da cidade herdeira de construções coloniais. Conservação ou destruição: era essa a tônica dos documentos que seguem:
Matéria publicada no jornal "Agora"; em 17 de Dezembro de 1977.
Matéria publicada no jornal "Estado de Minas"; em 05 de Fevereiro de 1977.
Matéria publicada no "Jornal do Brasil"; em 11 de Abril de 1977.



Para além da preservação do patrimônio material, outra questão é discutida nesse período: a poluição ambiental. E é nesse ínterim que a prefeitura de Ouro Preto firma um convênio com a Secretária Estadual de Ciências e Tecnologia, cujo objetivo era estudar meios de se preservar o patrimônio artístico, cultural e material, além de cuidar do meio ambiente da cidade, que estava sofrendo os danos da poluição.

Matéria publicada no jornal "Minas Gerais; em 19 de Novembro de 1977.




Projeto antigo de Ouro Preto, os planos da criação de uma cidade satélite para o distrito sede voltam à baila, como medida para limitar os danos causados pela urbanização.


 Matéria publicada no jornal "Diário do Comércio, em 20 de Janeiro de 1978.


 
Esses foram alguns dos aspectos que suscitararam discussões e propostas em torno da  preservação patrimonial e bem-estar urbano em Ouro Preto na década de 1970. Algumas medidas, bem datadas, não chegaram a ser implementadas, enquanto outras se mostram bastante atuais e sendo alvo de políticas recentes. O aniversário de Vila Rica é um bom momento para se pensar o cuidado com a cidade!


Matéria publicada no jornal "O Estado de São Paulo; em 13 de Dezembro de 1977.


[Postagem: Vanessa Pereira Silva e Jussara Rodouro  (Estagiárias). Revisão: João Paulo Martins e Helenice Oliveira]