quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

O Arquivo Municipal no ano do Patrimônio Cultural – Temos sim o que comemorar.



Sempre ao final de cada ano procuramos fazer um balaço do que conseguimos realizar neste período de 12 meses. Em Ouro Preto, 2018 foi declarado como o ano do patrimônio Cultural.
Nas postagens anteriores escolhemos abordar alguns patrimônios considerados em risco, deslocando os olhares dos aspectos meramente comemorativos para uma reflexão a cerca dos problemas que enfrentamos no âmbito do patrimônio cultural.
Esta escolha não foi feita de maneira aleatória e descontextualizada. Por sermos um elo extremamente frágil desta corrente, no que tange o reconhecimento do valor histórico, político e cultura das instituições custodiadoras de acervos documentais, optamos por abordar os problemas, em meio a um momento de celebração, tendo por objetivo marcar nossa posição no sentido da preocupação com a salvaguarda, quer seja ela de um prédio tombado que se arruína pelo descuido ou uma manifestação cultural que pode desaparecer caso os detentores deste saber não o disseminar por falta de apoio do poder público, através do reconhecimento do valor das pessoas com seus ofícios e fazeres, bem como a deterioração de um documento que se perde por falta de reconhecimento do seu valor para a história da sua cidade. Todos estes elementos são parte constitutiva da memória, da história e da identidade dos povos.

No Arquivo Público Municipal, apesar das dificuldades, este foi um ano de muitas conquistas, que só se concretizaram devido ao apoio de nossos parceiros:

No âmbito da Gestão de Documentos, conseguimos enfim dar os primeiros passos para construção de uma política de Arquivos, com o início dos trabalhos da gestão de documentos e da organização do arquivo intermediário, com a compra de mobiliário para organização física e com a aprovação da reformulação da Lei de Gestão de Documentos junto à Câmara Municipal.
A conservação preventiva e a restauração cresceram em grande medida com o aproveitamento de um espaço ocioso para instalação de um pequeno laboratório e abertura de vaga para estágio voluntário para estudante de Conservação e Restauro da nossa parceira FAOP.



Esta mesma instituição fez neste último dia 18 de dezembro a entrega de vários códices devidamente restaurados que voltaram a estar disponíveis para pesquisa. Trabalho de qualidade, essencial para a manutenção do nosso acervo, garantindo a proteção e o acesso aos nossos consulentes às informações neles contidas.

 

O Arquivo permanente recebeu ao longo do ano doações de material de consumo obtidos através da sensibilidade da Zulmira Campos, com verba oriunda de contra partida para realização de espetáculos no Teatro Municipal de Ouro Preto, visto que não possuímos verba específica para gestão do arquivo.

No primeiro semestre recebemos a doação de duas leitoras de microfilmes, feita pela Igreja Adventista com sede em Contagem MG.



Em março recebemos o acervo digital que deu origem ao livro “Agenor, o menino de Tripuí”. Em outubro nos foi doado, por parte da Professora Francelina Drummond, uma coleção de microfilmes e de impressos diversos do século XIX e XX. Conseguimos também o recolhimento do Mapa de Medição e Demarcação das Sesmarias da Cidade de Ouro Preto, que se encontrava no auditório do Gabinete.

Documentos dos acervos recebidos por doação



Mapa de Medição e Demarcação das Sesmarias

As ações de educação e patrimônio ganharam novo ânimo com a nossa adesão ao Programa Municipal de Educação e Patrimônio – Ouro Preto Meu Lugar- uma ação conjunta das Secretarias de Cultura e Patrimônio, Educação e Turismo. Além das visitas guiadas ao Arquivo.


 
São muitas conquistas para comemorarmos! Nossa equipe agradece de maneira muito especial a todos estes colaboradores. Desejamos um fim de ano especial e que o próximo ano seja de muitas conquistas!
 


Postagem e Revisão: Helenice Oliveira e Polyana Oliveira