A história da Alcan em Ouro Preto
se inicia com a história de uma outra empresa chamada Elquisa (Eletro Química
Brasileira S.A.). Surgida em 1934,
a Elquisa foi uma conquista dos empreendedores Simão
Lacerda e Américo René Giannette. O negócio, centrado na produção e exportação
de alumínio, foi muito bem até o fim da Segunda Guerra Mundial, onde a
superprodução se viu parada por falta de pedidos, abortando o excelente
desenvolvimento da fábrica que funcionou até março de 1945.
Em 6 de junho de 1950, a ALCAN Alumínio do
Brasil adquire as ações da fábrica e inicia um processo de produção de
alumínio em escala industrial. Desenvolvendo-se no período entre guerras, a Alcan passou por altos e baixos na venda de seus produtos, mas a fábrica se manteve de pé e cresceu a ponto de ser uma das indústrias de alumínio mais importantes do Brasil.
Da denominação original – Electro
Chicima Brasileira S.A -, houve modificações para Eletro Química Brasileira
S.A., Alumínio Minas Gerais (Aluminas) e Alcan Alumínio do Brasil. Atualmente a
empresa está vinculada ao grupo Novelis do Brasil.
Quando a empresa surgiu em 1934,
foi realizado um contrato com a Câmara Municipal de Ouro Preto, para conceder a
pesquisa de bauxita, pirites, minérios de ferro e manganês, nos terrenos da
Sesmaria Municipal, situados no Morro do Cruzeiro e Saramenha. Este contrato
dava direitos e deveres para empresa, quanto a exploração, pesquisa e futuro
funcionamento da empresa.
Os objetivos de produção da Alcan também abriram
espaço para lado social. Além da geração de empregos, a preocupação da empresa
com o desenvolvimento da infra-estrutura da cidade, com a educação e com as
reivindicações dos moradores, se fazia presente em inúmeras correspondências
que foram dirigidas a Prefeitura Municipal de Ouro Preto, pedindo providências.
Pedido de assistência educacional, 1970.
Reclamação sobre valor da passagem de ônibus, 1972.
Pedido de melhorias nas redes de água e esgoto, 1972.
Não só de exigências era feita à
presença da empresa perante PMOP, muitas de suas correspondências fazem
referências a convites de inauguração de fornos, comemorações civis e
agradecimentos reconhecendo o bom trabalho feito pela prefeitura.
Convite e programação da comemoração da Independência da Pátria Brasileira, 1972.
Convite de inauguração de forno, 1974.
Reconhecimento e agradecimento por obras realizadas, 1974.
A instalação da indústria em Ouro Preto tem também seu lado negativo. Sua
produção acarretou em alguns problemas como a poluição. Durante a década de 1970,
um jornal (parte de uma coleção de recortes no APMOP) repercutiu os problemas
ligados ao impacto ambiental causado pela poluição.
"Poluição da Alcan ameaça as igrejas de Ouro Preto", [década de 1970].
Muitos funcionários da Alcan a consideraram
mais que um local de trabalho. A vida na empresa, os colegas de trabalho e suas
funções, se tornaram realmente parte de suas vidas e, neste meio, conseguiram
mais do que se tornarem grandes profissionais, encontraram um ambiente
prazeroso de relações sociais. Um caso destes a se relatar é o do Sr. Felinto
Elísio Nunes, que em entrevista ao jornal “Agora” em 2000, revelou um pouco do
cotidiano da empresa e da evolução que acompanhou em seus 54 anos de trabalho
para a Alcan. O Sr. Nunes iniciou seus trabalhos em 1937, quando a empresa
ainda se chamava Elquisa e trabalhou até 1991. Em seus relatos é possível
perceber que parte do desenvolvimento da cidade, partiu de iniciativas da
empresa; como a instalação de energia elétrica e os procedimentos ligados a
obras de interesse público.
Sr. Nunes em local de trabalho.
Trecho da entrevista do Sr. Nunes ao Jornal Agora em 2000.
Será que se aprende com a
história?
Referências
____________________________________________________________
ALCAN Alumínio do Brasil Ltda. –
Fábrica de Ouro Preto – Memória Viva – 50
anos de Alcan Alumínio do Brasil em Ouro Preto – Ponto Final Comunicação
Integrada, 2000.
APMOP – Jornal Agora – Órgão Oficial do Município de Ouro Preto, Ano 1, nº 4, de 7 de abril de 2000 – Fundo PMOP.
APMOP – Fundo PMOP – Caixas: (19estante26 - 1980), (21estante19-1997), (1estante10-1980-85), (11estante10-1971-75), (22estante09-1971-74), (20estante07-1982), Livro de registros de contratos da Câmara Municipal de Ouro Preto – 4º livro, 1927-1959 – caixa 36 L 5.
[Postagem: Vanessa Pereira Silva (Estagiária). Revisão: João Paulo Martins e Helenice Oliveira]
APMOP – Jornal Agora – Órgão Oficial do Município de Ouro Preto, Ano 1, nº 4, de 7 de abril de 2000 – Fundo PMOP.
APMOP – Fundo PMOP – Caixas: (19estante26 - 1980), (21estante19-1997), (1estante10-1980-85), (11estante10-1971-75), (22estante09-1971-74), (20estante07-1982), Livro de registros de contratos da Câmara Municipal de Ouro Preto – 4º livro, 1927-1959 – caixa 36 L 5.
[Postagem: Vanessa Pereira Silva (Estagiária). Revisão: João Paulo Martins e Helenice Oliveira]
Nenhum comentário:
Postar um comentário