terça-feira, 21 de agosto de 2012

INSTRUÇÃO PÚBLICA: UMA PREOCUPAÇÃO POPULAR


            A instrução pública, sendo responsabilidade do governo; não indica que os populares deixaram de participar ativamente do processo educacional brasileiro durante a 1ª República e mais especificamente no período compreendido entre 1891 e 1905.

Os documentos que seguem, demonstram alguns setores de reivindicação desses populares. Esses vestígios permitem entrever que a política educacional era preocupação não só dos moradores da cidade de Ouro Preto, mas bem como dos moradores de seus distritos.

Em requerimento enviado à Câmara Municipal de Ouro Preto, esses cidadãos requeriam escolas, aumentos salariais para professores e bolsas de estudos para seus filhos em colégios particulares, tutores ou não; também pediam bolsas para os órfãos. Há também casos em que cidadãos doavam seus prédios particulares para serem instaladas as escolas públicas.
 
Os pedidos enviados à CMOP partiam da iniciativa popular individual, ou de forma coletiva em prol de um objetivo comum, fazendo  representarem-se através de um abaixo-assinado. 

Nos seguintes requerimentos, podemos analisar a participação popular em busca de melhoria na educação. Estão entre esses documentos, pedidos de criação de escolas e melhorias salariais para seus professores:

 
Abaixo-assinado dos moradores do distrito de Jesus Maria José da 
Bôa Vista, requerendo construção de escola pública - 1902.


 
Abaixo-assinado dos moradores dos distrito de Lavras Novas, 
requerendo aumento para a professora de escola pública, 1900.


 Abaixo-assinado dos moradores de Taboão, distrito de Caza Branca, 
requerendo instalaçao de escola pública, 1905

          Os professores em ação particular, reivindicavam também melhorias em seus salários e nas condições estruturais das escolas, como se segue:

 Correspondência da professora pública da escola de Itabira do Campo, 
Angelina Quites, pedindo melhorias salariais, 1903.

Correspondência da professora pública da escola de Itabira do Campo, 
Engracia Augusta d'Oliveira Cotta Preta , pedindo melhorias salariais, 1891.


              
               Outro ponto da instrução pública em Ouro Preto, era um convênio firmado entre a CMOP e a Escola Dom Bosco. Este fato permitiu que pobres e desvalidos, através de pedidos de bolsa à Câmara; conseguissem vagas para ingressar na instrução particular. 

 Pedido de bolsa de estudos no Colégio Dom Bosco, para o 
órfão Raymundo Alves Ribeiro, 1896.

Atestado de pobreza do órfão Raymundo Alves Ribeiro, 1896. 
Requisito para ocupar vaga cedida pelo convênio.


Outrossim, o interresse e a participação popular tocavam também a parte estrutural e física da educação. Os documentos que seguem, mostram um cidadão que doou seu prédio para que fosse construída uma escola pública.
 Correspondência enviada à Secretaria de Instrução Pública referente à doação
 de prédio para instalação de escola publica. Doado por 
João Dias d'Oliveira, Santo Antônio do Monte, 1891.


Termo de doação de prédio para instalação de escola publica por 
João Dias d'Oliveira, Santo Antônio do Monte, 1891.




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[Postagem: Vanessa Pereira Silva  e Jussara Riodouro (Estagiárias). Revisão: João Paulo Martins e Helenice Oliveira]

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